Em tempos de discussão sobre reforma da previdência, alternativas para a aposentadoria é um tema presente em muitas rodas de conversa.
Quando o assunto é alternativas para a aposentadoria, as já tradicionais previdências privadas são sempre a primeira opção, seguidas pela conservadora poupança, ou até mesmo alguns investimentos um pouco menos tradicionais, como tesouro direto. Sobre uma ótica um pouco menos tradicional a instalação de sistemas de energia fotovoltaica já é vista como um bom investimento, podendo surgir como uma opção, principalmente quando associado a um destes outros métodos. Como isso funciona?
Como funciona um sistema fotovoltaico
Primeiramente é importante entender que um sistema fotovoltaico transforma a luz do sol em energia elétrica, que é consumida no imóvel e o excedente injetado na rede elétrica. A energia produzida gera economia para o cliente, e irá compensar a energia consumida com a concessionária durante um período que pode ultrapassar 25 anos, que é a vida útil do sistema (para entender melhor o funcionamento da energia fotovoltaica clique aqui).
Deve-se ressaltar que, independentemente da existência de uma instalação fotovoltaica em sua residência é necessário o pagamento de um custo de disponibilidade para a concessionária. Sendo assim, em um imóvel onde a instalação é bifásica e o consumo médio de energia elétrica é de 500 kWh/mês, é possível economizar o equivalente a 450 kWh/mês com uma instalação de 3,78 kWp (custo aproximado de R$ 20.000 a R$ 25.000).
Para a análise será adotado a tarifa de R$ 0,83, equivalente à tarifa residencial média de Minas Gerais. Dessa forma, a presença de uma usina fotovoltaica no imóvel permitiria uma economia mensal de R$ 373,50.
Aposentadoria + Sistema Fotovoltaico
Para se aposentar pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS), um empregado que recebe uma remuneração de R$ 5.531,31 ou mais contribui para o INSS com uma alíquota de 11%, o que representaria R$ 608,45, por um período de 35 anos, se homem, ou 30 anos se mulher. Optando pela implantação de um sistema fotovoltaico a mesma pessoa investe os R$ 373,50 economizados por mês. No cálculo foi adotada como estratégia de investimento o título “tesouro IPCA+ 2045”, que na data de publicação deste artigo apresentava taxa de rendimento real de 5,16% a.a, e o valor obtido no vencimento investido à taxa do CDI ( 9,14% a.a. no dia 09/08/2017). A tabela a seguir apresenta os resultados obtidos em cada um dos cenários. Todos os resultados apresentados foram trazidos a valor presente e corrigidos pelo CDI.
Fonte | Homem | Mulher | ||
Tempo de contribuição = 35 anos | Tempo de contribuição = 30 anos | |||
Investimento total trazido a valor presente | Aposentadoria | Investimento total trazido a valor presente | Aposentadoria | |
INSS | R$ 79.421,13 | R$ 5.531,31 | R$ 77.281,86 | R$ 5.531,31 |
Sistema Fotovoltaico | R$ 25.000,00 | R$ 3.164,14 | R$ 25.000,00 | R$ 2.301,84 |
Total | R$ 104.421,13 | R$ 8.695,45 | R$ 102.281,86 | R$ 7.833,15 |
Diante dos resultados obtidos observa-se que o investimento em um sistema fotovoltaico é uma excelente alternativa como complementação da aposentadoria. Para cada R$ 1,00 de rendimento da aposentaria pelo INSS é necessário investir R$ 14,36 no caso do homem e R$ 13,97 no caso da mulher. Já no sistema fotovoltaico, para um período de uso do sistema de 30 anos, seria necessário investir R$ 10,86 para cada R$ 1,00 de rendimento, o que evidencia o alto potencial de retorno, sem considerar ainda o valor residual dos equipamentos. Caso a contribuição ao INSS seja feita como profissional autônomo os resultados serão ainda mais discrepantes, uma vez que a alíquota de contribuição passa de 11% para 20%.
Outro ponto relevante são os riscos relacionados ao INSS, sendo cada vez mais discutida a capacidade da nossa previdência de arcar com suas obrigações futuras. Assim, a melhor alternativa de aposentadoria é sempre diversificar, mitigando os riscos de cada investimento e garantindo um futuro sem estresse.