Com a chegada do ano de 2023, muitos integradores se viram em situação complicada devido à queda nas vendas de energia solar durante o primeiro trimestre.
O que motivou a queda de vendas de energia solar?
A mudança de governo, elevadas taxas de juros, mudanças no setor com a Lei 14.300, dentre outros fatores são razões para essa situação.
Devido a esse cenário, muitos consumidores se viram inseguros com o investimento em sistema fotovoltaico, mas à medida que o setor vem assimilando melhor essas questões, o mercado volta a acender e a expectativa é que tudo se normalize no segundo trimestre de 2023, como relatado em artigo do Canal Solar.
Mudança de Governo
Com a mudança de governo, é normal que osintegradores e consumidores sintam-se inseguros de como o cenário econômico estará nos próximos anos. Porém, algumas medidas já tomadas pelo atual governo, demonstram incentivos à energia solar como fonte de energia renovável
Manchete: G1
Manchete: site oficial do Governo Federal
Como demonstrado pelas manchetes destacadas acima, o Estado promulgou medidas de isenção fiscal para painéis solares até 2026. Essas medidas têm como objetivo impactar na chamada “Economia Verde”, enquadrando o Brasil nas regras definidas da COP 26 pela ONU.
Com a baixa no valor da importação de semicondutores da China, a tendência é que o valor do investimento em sistemas fotovoltaicos caia, beneficiando os consumidores com a melhora no retorno do investimento e favorecendo também os integradores com o aumento de orçamentos feitos e novos projetos fechados.
Dessa forma, o governo consegue estimular a produção de energias renováveis no país, reduzindo a emissão de gases poluentes na atmosfera e cumprindo as metas dos acordos climáticos internacionais.
Para isso, o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores (PADIS) do Governo Federalestimulará investimentos em infraestrutura verde e em novas instalações fotovoltaicas em várias regiões do país.
Aumento na taxa de juros no Brasil
O aumento sucessivo nas taxas de juros definidos pelo Banco Central em 2022 também foi um dos motivos do afastamento da clientela do sistema de energia solar.
Devido a necessidade de financiamento para a maioria das instalações de sistemas fotovoltaicos, as vendas foram afetadas com o aumento dessas taxações. Com isso, não só o mercado solar tem sofrido consequências, mas todas as empresas como um todo, esfriando a economia.
Deve-se levar em consideração também que outro fator crucial para essa mudança econômica foi o rombo ocorrido nas Lojas Americanas que influenciou na tomada de decisão de empresas em relação aos investimentos feitos, diminuindo então a movimentação entre instituições financeiras.
Para contornar essa situação, de acordo com medidas noticiadas pelo G1, o Governo Federal também tem estudado formas de reajustar estas tarifas, a fim de reaquecer o mercado. Com isso, haverá maior facilidade de financiamento para obter economia com o sistema de geração de energia solar fotovoltaica.
Questões Macroeconômicas
Outras questões que envolvem a economia mundial também são responsáveis pela baixa do rendimento no setor de energia solar no início deste ano. Eventos de impacto mundial, como a Guerra entre Rússia e Ucrânia, alteraram todo o sistema econômico das grandes potências europeias com o aumento do Dólar, o que repercutiu no mundo todo.
Levando em consideração que os equipamentos fotovoltaicos são importados para as empresas brasileiras, esse aumento na cotação do Dólar elevou o valor dos produtos e de sua importação.
Já mostrando melhoras no início do segundo trimestre de 2023, o dólar se manteve em quedas consecutivas na segunda semana de abril, como noticiado pelo G1.
Manchete G1
Lei 14300
Com a promulgação da Lei 14300 no início de 2023, as empresas do setor solar, ainda receosas e sem um horizonte concreto do que traria a nova regulamentação, criaram um terror desnecessário em cima da norma, forçando os fechamentos de projetos até o final do ano de 2022.
Com isso, houve um aumento na demanda por sistemas de energia solar no último trimestre do ano passado, culminando na diminuição de negociações fechadas no início do ano de 2023. No entanto, agora com maiores informações e entendimento da aplicação da nova lei, entende-se que a cobrança do Fio B irá remunerar a concessionária pela distribuição da energia injetada e que esse valor em nada se compara aos aumentos sucessivos no valor da energia elétrica.
É válido lembrar também que essa cobrança é feita de maneira distinta para a situação de cada consumidor e que a taxa será cobrada de modo progressivo. Dessa forma, alguns clientes podem ser taxados com um valor mínimo baixo ou podem até se enquadrar nas antigas regras de compensação ( antes da lei entrar em vigor).
No mais, ao que se refere a Lei 14300, esta garante mais previsibilidade e estabilidade aos empreendedores e consumidores, devido a maior segurança jurídica instaurada. Dessa forma, as alterações no setor serão de fundamental importância para a estruturação e fortalecimento do mercado a longo prazo.
Por consequência, à medida que os consumidores vão assimilando essa realidade, a instabilidade reduz e o mercado volta a ascender.
Ainda é vantajoso investir em energia solar em 2023?
Muitas pesquisas e estudos foram desenvolvidos a fim de responder essa pergunta, e a resposta encontrada é de que é sim válido investir em energia solar em 2023.
Prova disso são os estudos realizados, como o do Jornal Diário do Nordeste, que apontam que as condições de investimento no setor solar continuam muito atrativas, sendo possível uma economia de até 80% para os consumidores de energia solar fotovoltaica ainda em 2023.
Mesmo com a insegurança gerada no início de 2023, medidas estão sendo tomadas para alavancar as vendas e o desenvolvimento no setor solar, melhorando o valor do investimento e a segurança do consumidor e do integrador.
Opinião do Especialista – Felipe Freire
Em conversa com o engenheiro e diretor da empresa integradora Sharenergy, Felipe Freire, foi relatada a dificuldade de fechamento de projeto para instalação de sistema de energia solar na empresa durante o início do ano de 2023.
“Com a mudança presidencial, e outras questões macroeconômicas, como a Guerra entre a Ucrânia e a Rússia, que afetaram não somente economia Europeia com o aumento da inflação e das taxas de juros, mas também a de outros países, incluindo o Brasil, foi possível sentir a insegurança do mercado com o investimento em sistema fotovoltaico”, disse Felipe.
Para o empreendedor, outra questão que foi marcante para o cenário contestador das empresas de energia solar com as vendas foi a má interpretação da Lei 14300 construída com a urgência para fechamentos de negociações no final do ano de 2022.
“muitas empresas se equivocaram em dizer que não faria mais sentido instalar energia solar após a mudança de regulação. O que não é verdade, visto que ainda é viável e atrativo, e com um desempenho muito melhor que de outros países que ainda crescem com a capacidade instalada e possuem regulações bem menos cativantes que a nossa”.
Para ele, essas mudanças não afetaram somente o integrador e o consumidor, mas também os distribuidores.
“Tivemos relatos de fornecedores que caíram 50% as vendas e estavam fazendo grandes promoções para aliviar os estoques e manterem receita com a venda dos equipamentos fotovoltaicos “.
No mais, o gestor se mostra otimista quanto às vendas no segundo trimestre de 2023. De acordo com ele, já é possível observar a melhora no mercado tendo em vista a perspectiva de queda de juros, do aumento de incentivos às fontes de energia renováveis como tem acontecido com a isenção de impostos para módulos e inversores vindo da China e da recente queda no valor do dólar. Porém, algumas medidas já tomadas pelo atual governo, demonstram incentivos à energia solar como fonte de energia renovável.